O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) entrou com um recurso no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) para que o padre Alexandre Paciolli, suspeito de estupro de vulnerável e importunação sexual, volte à cadeia. No quinta-feira da semana passada (11), a 1ª Vara Criminal de Nova Friburgo acolheu pedido da defesa para que o sacerdote cumprisse prisão domiciliar enquanto aguarda o julgamento.
Como justificativa ao pedido de soltura, a defesa disse que o padre passou por uma cirurgia de grande porte na coluna, no dia 20 de março, o que o deixou debilitado e correndo risco de vida. Mas a 1ª Promotoria de Justiça Criminal de Nova Friburgo alegou que o denunciado não comprovou estar "extremamente debilitado por motivo de doença grave"
Ainda no documento, o MPRJ destacou que em nenhum momento foi dada a oportunidade para que a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap) informasse sobre a possibilidade de fornecer os cuidados pós-operatórios que o padre alega necessitar após uma cirurgia de coluna.
O recurso também pondera sobre a influência do padre e a ligação intensa com o Vaticano, além das viagens frequentes à Roma, o que poderia prejudicar o andamento do processo.
“É válido frisar que o recorrido possui intensa ligação com o Vaticano, se deslocando para a cidade de Roma com frequência e facilidade, o que pode prejudicar a instrução processual, e que há outras tantas vítimas e testemunhas que se sentiram encorajadas a prestar depoimento após a prisão do denunciado”, destaca um dos trechos da peça recursal.
A Promotoria de Justiça de Investigação Penal de Nova Friburgo denunciou o padre Alexandre Paciolli, em 26 de março, pelos crimes cometidos contra uma mesma mulher, em agosto de 2022 e janeiro de 2023, em Nova Friburgo.
A denúncia relatou que Alexandre, "um líder religioso da Igreja Católica, utilizando-se da ingenuidade e da fé da vítima, e sob o pretexto de estar sentindo fortes dores, passou a praticar atos libidinosos com a vítima que, tendo o denunciado como seu sagrado protetor, não conseguiu oferecer resistência".
Alexandre Paciolli foi preso em Fortaleza, no Ceará, onde vive, em 3 de abril. A prisão domiciliar foi concedida com algumas regras, entre elas:
- O comparecimento mensal ao juízo de sua residência
- Proibição de se ausentar da comarca de sua residência sem a autorização da Justiça
- Apresentar, mensalmente, relatório médico detalhado e atualizado atestando o estado de saúde; proibição de manter contato com a vítima e testemunhas por qualquer meio de comunicação
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