Domingo, 18 de maio de 2025

Taxista era usado como 'carro-forte' para movimentar dinheiro do tráfico, diz polícia

Traficantes tinham um grupo de mensagens para negociar transporte de ilícitos

16/05/2025 às 09h56 16/05/2025 às 17h23 Igor Azeredo

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Traficantes tinham um grupo de mensagens para negociar transporte de ilícitos / Foto: Felipe Grinberg/Agência O Globo

A investigação da 60ª DP (Campos Elísios), que desmantelou diversos níveis do Comando Vermelho, descobriu que os traficantes usavam os serviços de um taxista como "carro-forte" para movimentar altas quantidades de dinheiro vivo pelo Rio sem chamar atenção. Em um dos diálogos obtidos pela investigação, o traficante Luiz Carlos Bandera Rodrigues, o Zeus ou Da Roça, que chefia o tráfico na Muzema, negocia o transporte de R$ 450 mil em espécie.

Metódico e organizado, o traficante tinha planilhado a compra de armas para a guerra expansionista da facção. Para transportar dinheiro obtido do crime e armas, ele criou um grupo num aplicativo de mensagens chamado "Amigos do Transporte" em que negociava os serviços. Em uma conversa obtida pela Polícia, Da Roça, pede ajuda para contratar alguém para transportar R$ 450 mil do Complexo do Alemão, zona Norte do Rio.

"Não posso mandar sair com R$ 450 mil de dentro da favela por qualquer um não. Tem que ser da nossa confiança", escreveu Da Roça.

Em outra etapa da investigação, a polícia descobriu também que um mototaxista de Manguinhos, favela da Zona Norte do Rio, era usado para transformar armas entre as comunidades. Ele negocia transportar fuzis e até negocia carregadores com traficantes. Para facilitar o transporte das três armas até a favela da Rocinha, na Zona Sul, um dos traficantes avisa que o armamento desmonta.

Dono de mansão investigado

A Polícia Civil também apura se Jhonnatha Schimitd Yanowich, preso em São Paulo por lavagem de dinheiro e porte ilegal de armas, comprou seus imóveis de luxo na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, com dinheiro do tráfico do Comando Vermelho. A informação foi revelada pelo RJ2. Ele foi um dos alvos da Operação Contenção e em sua casa no condomínio Novo Leblon foram encontradas diversas armas, entre elas 16 fuzis e 20 pistolas. Os agentes também apreenderam dois relógios de luxo avaliados em R$ 2,5 milhões. Em um deles, são pedras de diamantes que representam os números.

Além do arsenal guardado em cofres de sua mansão, os agentes encontraram no imóvel dólares e dois relógios de luxo avaliados em R$ 2,5 milhões. Em um deles, são pedras de diamantes que representam os números. A casa tem 1,3 m², elevador e uma boate com aparelhagem de som e iluminação. Ao acessar esses espaço de festas, o sinal do celular é cortado.

Ontem, ao voltar à residência, os policiais encontraram um caminhão estacionado próximo da mansão. O veículo era de Jhonnatha e dentro estavam guardados diversas orbas de arte. O material foi apreendido e será periciado para calcular o valor.

Durante a investigação, segundo o RJ2, a polícia identificou diversas transações suspeitas. Parte delas entre ele e a colecionadora de artes Geneviève Boghici, viúva de Jean Boghici. Entre abril e maio de 2021, a ela fez três depósitos para Ianovich que somam mais de R$ 18 milhões.

Ianovich teria alegado que recebeu esse valor como comissão pela venda de um quadro de obra de arte e que o valor seria 10% da venda a uma cliente da Argentina, mas ele nunca apresentou a documentação às autoridades.

A família Boghici esteve no centro de um escândalo recente. Geneviève acusou sua filha de aplicar um golpe contra ela e ter roubado quadros do acervo do pai. Sabine Boghici chegou a ser presa e morreu antes do caso ser julgado pela Justiça.

Fonte: Extra

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