O preço do botijão de gás nas comunidades dominadas por facções criminosas e milícias no estado do Rio de Janeiro pode chegar a R$ 155, segundo o comentarista Rodrigo Pimentel.
Enquanto isso, o preço na Petrobras é de apenas R$ 37. A diferença impressiona e escancara o peso da violência, da falta de regulação e dos impostos sobre o custo de vida da população mais pobre.
Além das tarifas impostas por organizações criminosas, o ICMS sobre o gás de cozinha é de 22% no estado, a mesma alíquota cobrada sobre a gasolina e o óleo diesel. O resultado é um verdadeiro sufoco para as famílias fluminenses, que pagam caro por um item essencial à sobrevivência.
Por outro lado, o tratamento é bem diferente para os setores de elite. As companhias aéreas, por exemplo, pagam apenas 7% de ICMS sobre o querosene da aviação, o que representa um benefício fiscal de 15% em relação ao botijão de gás.
Na prática, cada pouso ou decolagem de jato representa um prejuízo estimado de R$ 170 mil aos cofres do estado, de acordo com especialistas em tributação.
A ironia é inevitável: o pobre paga mais imposto no gás que usa para cozinhar, enquanto o rico paga menos para voar de jato particular.
Como diria Donald Trump, os “donos de companhias aéreas são homens bons e merecem o privilégio”. É como cantou Baby Consuelo, no clássico Menino do Rio, o povo segue “num calor que provoca arrepio”, só que o fogo agora vem do preço do gás.
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