Quarta-feira, 02 de julho de 2025

Caso de Itaperuna: adolescentes também planejavam matar mãe da jovem, diz polícia

Coletiva de imprensa detalha novos desdobramentos do crime que chocou o país; segundo a polícia, casal de adolescentes premeditou cada passo dos assassinatos e ainda cogitava nova execução

01/07/2025 às 11h35 01/07/2025 às 11h40 Igor Azeredo

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Coletiva de imprensa detalha novos desdobramentos do crime que chocou o país; segundo a polícia, casal de adolescentes premeditou cada passo dos assassinatos e ainda cogitava nova execução / Foto: Reprodução

Em coletiva de imprensa realizada nesta terça-feira (1º), o delegado Carlos Augusto da Silva, titular da 143ª DP de Itaperuna, revelou detalhes impactantes da investigação sobre o triplo homicídio ocorrido em Comendador Venâncio, distrito de Itaperuna, no Noroeste Fluminense. Segundo ele, além de assassinarem os pais e o irmão caçula de 3 anos do adolescente de 14 anos, os jovens também planejavam matar a mãe da garota, de 15 anos, com quem o suspeito mantinha um relacionamento virtual há cerca de seis anos.

O crime aconteceu na noite de sábado, 21 de junho, e teve a participação direta dos dois adolescentes, conforme apontam as conversas trocadas entre eles pelas redes sociais. A adolescente foi apreendida em Mato Grosso do Sul, e segundo a polícia, teve papel ativo antes, durante e depois da chacina. A motivação seria dupla: o impedimento do encontro entre os dois adolescentes por parte da família e a ganância, com planos para vender os bens dos pais da vítima.

De acordo com o delegado, as mensagens revelam que a adolescente incentivou e até pressionou o namorado a cometer os assassinatos. Ela chegou a dizer que se ele não executasse os crimes, o relacionamento terminaria. Após os homicídios, ela ainda orientou o adolescente sobre como disfarçar a cena, sugerindo inclusive extrair combustível do carro da família para simular um desaparecimento mais crível.

A revelação mais alarmante da coletiva, no entanto, foi o plano de expandir a tragédia. Segundo Carlos Augusto, os adolescentes discutiram a possibilidade de também assassinar a mãe da jovem com a arma utilizada no crime. A intenção seria, segundo os investigadores, evitar que ela descobrisse os crimes e impedisse a fuga do adolescente para o Mato Grosso do Sul, onde pretendiam viver juntos. Os adolescentes também teriam cogitado matar a avó do menino, porém abortaram a ideia logo em seguida.

"Em um trecho das conversas, a menina diz que 'só faltava matar a mãe dela'. Fica evidente que, se não fossem apreendidos a tempo, teríamos outra vítima nessa história macabra", declarou o delegado.

A polícia destacou ainda o conteúdo perturbador das mensagens trocadas pelo casal, com referências a um jogo de terror, chamado The Coffin of Andy and Leyley. Eles também demonstravam frieza, desprezo pela vida humana e detalhamento meticuloso de cada etapa do plano. Após o crime, o adolescente afirmou que agiu “por amor” e que “faria tudo de novo”.

Segundo a Polícia Civil, a arma usada nos assassinatos pertencia ao pai e estava escondida sob o colchão. O adolescente esperou os pais dormirem e usou a fronha do travesseiro para abafar os tiros e evitar deixar impressões digitais. Após os disparos, arrastou os corpos até uma cisterna, limpando o caminho com produtos de limpeza. As digitais do irmão caçula chegaram a ser cogitadas para tentar simular um disparo acidental.

Ambos os adolescentes estão internados provisoriamente e devem responder por três homicídios triplamente qualificados e ocultação de cadáver. O delegado também aproveitou a coletiva para fazer um apelo à sociedade.

"Esse caso nos alerta para a urgência do acompanhamento dos jovens, sobretudo quando têm acesso a conteúdos violentos, redes sociais e armamento em casa. Não estamos falando apenas de um crime brutal, mas de uma tragédia que quase foi ainda maior", destacou Carlos Augusto.

O inquérito continua em andamento e novas perícias psicológicas serão realizadas para avaliar o perfil dos envolvidos. Por lei, o tempo máximo de internação socioeducativa para adolescentes é de três anos, com reavaliações periódicas.

 

Fonte: Ururau

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