Segunda-feira, 12 de maio de 2025

Chamada de vídeo selou acordo entre CV e ADA, de Celsinho da Vintém

A mesma investigação já havia apontado que o miliciano André Costa Barros, o Boto ? atualmente preso em penitenciária federal ? arrendou a Vila do Sapê para a ADA

11/05/2025 às 08h53 11/05/2025 às 08h54 Igor Azeredo

Facebook Whatsapp Twitter
Facebook Whatsapp Twitter
A mesma investigação já havia apontado que o miliciano André Costa Barros, o Boto ? atualmente preso em penitenciária federal ? arrendou a Vila do Sapê para a ADA / Foto: Reprodução

Criada no fim dos anos 1990 por Celso Luís Rodrigues, o Celsinho da Vila Vintém, a facção Amigos dos Amigos vem perdendo força e domínio territorial. Segundo o último Mapa Histórico dos Grupos Armados, publicado pelo Grupo de Estudos dos Novos Ilegalismos da Universidade Federal Fluminense (UFF), dados de 2023 mostram que a ADA foi a única organização criminosa a apresentar redução em territórios no Estado do Rio nos últimos 16 anos, com uma queda de 75,8%.

De acordo com investigação da 32ª DP (Taquara), Celsinho teria feito um acordo com o Comando Vermelho, envolvendo dinheiro e sustentação armada, para evitar o fim definitivo do seu grupo. A conversa teria ocorrido nos primeiros meses de 2025, em uma ligação por videoconferência com Edgar Alves de Andrade, o Doca, integrante da cúpula do CV .

Na reunião, houve uma espécie de aliança: ficou acertado que o CV usaria duas áreas sob controle da ADA — Vila Vintém, em Padre Miguel, e Vila Sapê, em Curicica, em Jacarepaguá — como ponto de partida para invasões na Zona Oeste, principalmente em Santa Cruz. Em troca, além de reforço armado em seu território, Celsinho receberia parte dos lucros dos negócios ilegais nas comunidades da região.

A mesma investigação já havia apontado que o miliciano André Costa Barros, o Boto — atualmente preso em penitenciária federal — arrendou a Vila do Sapê para a ADA. O caso começou a ser apurado em fevereiro, quando oito homens foram presos em flagrante vendendo drogas com embalagens da facção na Vila do Sapê. Na ocasião, segundo a polícia, eles relataram informalmente que ocupavam a favela a mando de Celsinho.

Atuação coordenada

 

De acordo com o delegado Marcos Buss, da 32ª DP, há provas materiais e testemunhais que indicam atuação coordenada entre as facções criminosas. As investigações apontam que traficantes do CV chegaram a executar milicianos ligados ao grupo de Boto que se opunham à aliança.

— Um acordo supostamente celebrado entre Celsinho e Doca teria ocorrido por videoconferência, na qual negociaram os termos dessa aliança — afirmou o delegado, na última quinta-feira, em entrevista coletiva após a prisão do fundador da ADA, que estava em liberdade há três anos e nega ter voltado ao crime.

Comando da facção foi mantido, diz polícia

Celsinho foi preso por policiais da 32ª DP em casa, na Vila Vintém, em Padre Miguel, na última quinta-feira. A Justiça decretou a prisão temporária. Ao chegar na Cidade da Polícia, no Jacaré, ele negou as acusações e declarou ser empresário do ramo de carnes suínas.

O advogado Max Marques, responsável pela defesa de Celsinho, disse que seu cliente ficou surpreso com a prisão:

— Ele não participa de qualquer atividade criminosa, tendo se dedicado ao acompanhamento do tratamento médico de sua esposa, que está com câncer em estágio bem avançado. Mais uma vez a Polícia Civil faz uma espetacularização em cima do nome do senhor Celso com inverdades que serão desmascaradas pela defesa em juízo.

Horas depois da prisão, uma audiência de custódia realizada na Central de Custódia de Benfica, na Zona Norte, manteve a validade da prisão temporária. Em seguida, Celsinho foi transferido para o Complexo de Gericinó, na Zona Oeste.

Celsinho havia deixado a cadeia em 2022, após cumprir 25 anos de pena. Segundo a investigação, antes de ser novamente preso, ele seguia no comando da ADA e teria se aliado a chefes do Comando Vermelho e de uma milícia para expandir o domínio sobre comunidades da Zona Oeste.

Além de Celsinho, também tiveram prisões decretadas Edgar Alves de Andrade, o Doca, e André Costa Barros, o Boto. Os três são acusados de tráfico de drogas e associação para o tráfico. Boto já está preso em penitenciária federal, e Doca segue foragido.

Fonte: Extra

Últimas Notícias

EM ALTA

Aviso importante: a reprodução total ou parcial de qualquer conteúdo (textos, imagens, infográficos, arquivos em flash etc) do Portal Ururau não é permitida sem autorização e os devidos créditos e, caso se configure, poderá ser objeto de denúncia tanto nos mecanismo de busca quanto na esfera judicial. Se você possui um blog ou site e deseja estabelecer uma parceria com o Portal Ururau para reproduzir nosso conteúdo, entre em contato através do email: comercial@ururau.com.br

Todos os direitos reservados - Ururau Copyright 2008-2022 Desenvolvimento Jean Moraes