Sexta-feira, 06 de junho de 2025

Fábrica clandestina de salgados fechada vendia dez mil unidades por dia, diz polícia

Estabelecimento funcionava no Andaraí e abastecia barraquinhas nas zonas Sul, Norte, Oeste e no Centro do Rio

05/06/2025 às 08h47 Igor Azeredo

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Estabelecimento funcionava no Andaraí e abastecia barraquinhas nas zonas Sul, Norte, Oeste e no Centro do Rio / Foto: Reprodução

A fábrica clandestina de salgados árabes fechada pela polícia, nesta quarta-feira, no Andaraí, na Zona Norte do Rio, flagrada funcionando em péssimas condições de higiene, vendia cerca de dez mil produtos por dia, entre quibes e esfirras, e abastecia barraquinhas da Zona Sul, da Zona Norte, da Zona Oeste, e do Centro do Rio. É o que revelou o delegado Wellington Vieira, da Delegacia do Consumidor (Decon). A unidade em conjunto com a 32ªDP (Taquara) realizou uma operação de fiscalização no estabelecimento. Durante a ação, que contou com apoio da vigilância sanitária, foram encontrados, entre outras coisas, a presença de ratos, baratas e comida espalhada pelo chão.

Aproximadamente uma tonelada de alimentos, entre salgados, carne e trigo foi apreendida e inutilizada pela polícia com cloro. Dez pessoas chegaram a ser levadas para a Decon. Deste total, cinco sírios e um taxista brasileiro, este último, segundo a polícia, encarregado de fazer entregas, foram presos e autuados em flagrante por crime contra a relação de consumo e associação criminosa. A fábrica funcionava em uma casa alugada de dois pavimentos, localizada na Rua Amaral, altura do número 5, no Andaraí. Segundo o delegado Wellington Vieira, no térreo da residência os produtos eram produzidos em péssimas condições de higiene. Já o andar superior era o local onde o grupo de sírios costumava dormir.

— Chegamos ao local após uma recebermos uma denúncia. As condições de higiene eram péssimas. Encontramos baratas, ratos e comidas espalhadas pelo chão, entre outras coisas. A vigilância sanitária esteve no local a nosso pedido. A fábrica não tinha alvará ou licença e foi periciada. Ela já havia sido interditada em 2024 pela vigilância sanitária e foi mais uma vez interditada, nesta quarta-feira. Também vamos pedir que o proprietário do imóvel faça o cancelamento do contrato de locação com os donos da fábrica para evitar que ela volte a funcionar. Três dos sírios presos seriam os donos do negócio — explicou o delegado.

Segundo a polícia, uma das barraquinhas abastecida pela fábrica clandestina funcionava na Cruzada São Sebastião, no Leblon, na Zona Sul. Também havia um ponto do mesmo tipo em Ipanema, bairro vizinho localizado na mesma região. Outras revendas eram realizadas do mesmo jeito no Jardim Oceânico, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste, na Praça 15 e na Avenida Presidente Vargas, e na Cinelândia, no Centro do Rio, e ainda na Praça Saens Pena, na Tijuca, na Zona Norte.

Com relação aos sírios encontrados na fábrica, o delegado afirmou que a situação legal deles no Brasil será apurada:

— Em relação à situação dos sírios no Brasil, a gente está pedindo colaboração da Polícia Federal e também da Embaixada da Síria para, a partir das identidades, entender qual é a condição deles. Pode ser que sejam refugiados, vindo do regime totalitário na Síria, mas também pode ser que não seja isso. A gente precisa confirmar esses fatos, e a Polícia Federal vai ajudar nisso. Também pedimos ajuda de um intérprete já que falam pouca coisa em português - disse o delegado.

O advogado Felipe Prazeres Mourelle esteve na delegacia acompanhando o caso a pedido de parentes de uma das pessoas levadas para a Decon. Ele alegou que a maioria dos detidos não teria relação com a fábrica.

 

— Vim para a delegacia a pedido de um parente de uma das pessoas que estava sendo conduzida para delegacia. Aqui me deparei com esta situação, de muitas pessoas e, como estavam desassistidas, eu optei por acompanhar os depoimentos para assegurar que os direitos deles fossem preservados. A maioria das pessoas que foram conduzidas para delegacia não têm qualquer relação com a fábrica. Muitas trabalhavam em barracas próximas e nem estavam na fábrica - disse o advogado.

Durante a operação, quando os policiais entraram no espaço da fábrica onde eram preparados os quibes e as esfirras, eles se depararam com um ambiente totalmente insalubre. Havia uma panela com óleo escurecido, o que indica a hipótese de reúso. Uma bacia com carne moída foi encontrada no chão. Já as paredes tinham sinais de mofo.

Restos de massa usados na preparação de alimentos foram encontrados espalhados em bancadas. Nos utensílios havia restos de insumos usados no preparo dos salgados. Parte dos produtos estava em caixas de isopor com marcas escurecidas e com partes se desmanchando.

Segundo a polícia, foram apreendidas durante operação pelo menos cinco barraquinhas, além de quatro máquinas de cartões. Os presos deverão passar por uma audiência de custódia que deverá ser realizada entre quinta-feira e o próximo sábado. Na ocasião, um juiz vai decidir se confirmará a validade do flagrante.

O magistrado também poderá optar ou não pela liberação dos detidos. Em caso de soltura, eles passariam a responder em liberdade pelos crimes que motivaram as autuações em flagrante.

Fonte: Extra

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