Após prender um homem suspeito de submeter a enteada, de 4 anos, a sessões de tortura, a Polícia Civil quer saber qual era o envolvimento da mãe da menina no crime. Mensagens de celular trocadas entre os dois mostram que a genitora sabia do que ocorria contra a vítima. Segundo o delegado da 37ª DP (Ilha do Governador), Felipe Santoro, resta entender se ela também cometia os maus tratos ou se omitia as ocorrências:
— Se ela omitiu, precisamos saber se foi uma omissão deliberada, para evitar que ele fosse preso e descobertas as circunstâncias. Ou se omitiu por alguma coação por parte do homem. Nas mensagens trocadas com o companheiro, fica claro que ela sabia das acusações. Na declaração à Polícia, ela diz que não denunciou por medo. Então a gente quer verificar qual é a participação dela nesse crime — diz.
O delegado afirma que, por não apresentar risco, neste momento, às investigações ou às testemunhas, a mãe da criança segue em liberdade. A prisão do principal suspeito, na última sexta-feira (16), em Paciência, na Zona Oeste do Rio, é tida como importante para que ela possa também narrar os fatos, se estivesse com medo.
A criança de 4 anos supostamente submetida a sessões de tortura pelo padrasto deu entrada no Serviço de Emergência do Instituto de Puericultura e Pediatria Martagão Gesteira (IPPMG), hospital do Complexo Hospitalar da UFRJ vinculado à Ebserh, no dia 6 de maio. Na ocasião, foi constatado quadro gravíssimo de perfuração intestinal, fratura no braço e sepse abdominal. Passou por cirurgia e está entubada, segundo boletim médico atualizado. O estado de saúde é grave, porém estável.
Vítima chegou à beira da morte em hospital
A vítima foi levada à beira da morte ao hospital, após sofrer quatro paradas cardíacas e apresentar vômitos de cor esverdeada, além de múltiplos hematomas por todo o corpo. Em nota neste domingo, a unidade de saúde informou que a criança permanece internada, sedada e sob cuidados intensivos, tratando complicações infecciosas e abdominais.
Outras mães que estavam no Hospital Pediátrico acionaram a polícia ao se depararem com o estado da vítima ao dar entrada na unidade. A mãe da vítima precisou ser protegida no hospital, evitando um linchamento pela demais genitoras presentes. Na delegacia, ela chegou a dizer, em depoimento, que temia morrer caso denunciasse o agressor.
A polícia analisou mensagens de celular trocadas entre a mãe e o companheiro. Em uma delas, ele chegou a afirmar: “Ela é forte porque estou moldando ela na dor. Fica fraco quando é só amor.” A frase causou indignação entre os investigadores, que classificaram o conteúdo como “evidente prática de tortura”.
A investigação descobriu ainda que a criança era frequentemente trancada sozinha em banheiros escuros. As agressões eram constantes e sempre camufladas por desculpas como “quedas” ou “acidentes”. A polícia apura ainda se as irmãs da vítima, também menores de idade, que moram no mesmo imóvel, podem ter sido vítimas do agressor.
O homem preso já possuía duas anotações criminais: uma por violência doméstica e outra por importunação sexual, inclusive com relato de que ele ficou nu na frente de uma criança de 12 anos em contexto familiar.
O Delegado da 37ª DP (Ilha do Governador) vem conduzindo as investigações com prioridade máxima. Segundo ele, o caso não é apenas de violência doméstica, mas de tortura sistemática e dissimulada, com sinais de perversidade incomuns até entre crimes similares.
— Estamos diante de um verdadeiro carrasco. A frieza das mensagens, o padrão de agressões e a omissão deliberada de socorro mostram um cenário de terror que vinha se arrastando há meses — afirmou Felipe Santoro, delegado responsável pelas investigações.
Maus tratos
Conversas extraídas dos celulares revelam ainda outras agressões. A mãe confronta o companheiro: “Eu vi você dando uma joelhada nela só porque ela não queria comer.” Ele retruca com palavrões e negação violenta. A menina também já havia sofrido fratura no braço, que o casal tentou justificar como “queda da cama”. Em outro ponto da conversa, a mãe da criança descreve os sintomas da menina, em seguida diz: “...não posso levar ela na UPA pra não dá merd*”
A prisão temporária foi decretada com base nos indícios de autoria, na gravidade dos crimes e no risco de fuga do suspeito ou represália às testemunhas. O delegado Santoro ainda ressaltou a importância da denúncia e do registro de ocorrências em casos de suspeita de abuso e maus tratos.
— Mesmo que pareça tarde, ainda assim é fundamental. Só assim conseguimos agir a tempo e impedir que monstros como esse sigam destruindo vidas. O silêncio protege o agressor e condena a vítima — alerta o delegado.
No momento da prisão, o suspeito não ofereceu qualquer tipo de resistência e negou ter agredido a criança. Ele vai responder pelo crime de tortura, um delito hediondo. Segundo o delegado, o caso pode evoluir para tentativa homicídio qualificado.
As investigações e novas diligências estão em andamento, incluindo oitiva das testemunhas e análise do conteúdo extraído de aparelho eletrônico apreendido com o suspeito.
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