Operação desmonta golpe das "caixas de areia" em esquema milionário de furto de celulares

Esquema usava devoluções falsas para desviar celulares caros do e-commerce

Por Redação Ururau, Portal Ururau

29/12/2025 às 10h25

Uma investigação minuciosa da Polícia Civil revelou um esquema sofisticado de furto de celulares de alto valor que utilizava brechas no sistema de logística do comércio eletrônico. A ação, batizada de Operação Sandman, foi deflagrada nesta segunda-feira e teve como alvo um grupo suspeito de subtrair aparelhos durante o processo de entrega e devolução de compras feitas pela internet.

O golpe funcionava de forma calculada. Os criminosos realizavam compras de celulares caros em plataformas de e-commerce utilizando contas registradas em nome de terceiros. No momento da entrega, o produto era recusado. Após a recusa, a compra era cancelada e o reembolso solicitado. No retorno da encomenda ao centro de distribuição, o aparelho já havia sido retirado e substituído por um saco de areia, simulando o peso original da mercadoria.

As investigações começaram após uma empresa identificar o desaparecimento de pelo menos 15 aparelhos celulares adquiridos de forma regular, mas que nunca chegaram ao destino final. A repetição do padrão chamou a atenção das autoridades e levou a Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática a aprofundar a apuração.

Apesar do uso de identidades de terceiros nos cadastros, o trabalho de inteligência policial conseguiu rastrear os pagamentos realizados via pix e os valores devolvidos após os cancelamentos das compras. O dinheiro acabava direcionado a contas bancárias ligadas diretamente aos investigados, o que permitiu a identificação dos responsáveis pelo esquema.

Durante o avanço das investigações, os agentes localizaram e apreenderam dois dos aparelhos furtados, comprados diretamente por um dos suspeitos. Com base nas provas reunidas, mandados de busca e apreensão foram expedidos e estão sendo cumpridos em endereços no bairro de Vargem Pequena, na Zona Oeste do Rio, e no município de Itaguaí, na Baixada Fluminense.

O objetivo da operação é apreender celulares, computadores, equipamentos eletrônicos e outros materiais que possam revelar a extensão do esquema, além de identificar novos envolvidos. A Polícia Civil trabalha agora para calcular o prejuízo total causado pela quadrilha e verificar se o golpe foi aplicado em outras plataformas e empresas do setor.

O nome da operação faz referência à estratégia central do crime, marcada pela substituição do produto por areia, simbolizando engano e transformação. As investigações seguem em andamento e não está descartada a ampliação da operação nos próximos dias.