O rapper Oruam, 25 anos, se pronunciou nas redes sociais nesta terça-feira (28) sobre a megaoperação policial realizada no Rio de Janeiro, que resultou em 64 mortes, incluindo quatro policiais, e 81 suspeitos presos. Durante a ação, 32 fuzis foram apreendidos.
Em postagem no Instagram, o cantor descreveu a operação como uma “chacina” e criticou o que chamou de “sistema sujo”. “Minha alma sangra quando a favela chora porque a favela também tem família, se tirar o fuzil da mão existe o ser humano”, escreveu. Em seguida, Oruam reforçou a mensagem em sua conta no X (antigo Twitter), afirmando: “Maior chacina da história do Rio de Janeiro”.
“O crime é o reflexo da sociedade. O dia que eu ver a favela chorar e não vir aqui falar desse sistema sujo não vou estar sendo eu”, disse o rapper. Ele também afirmou: “Nunca vou achar normal a polícia entrar em uma favela e matar 70 pessoas quando o que sempre faltou foi oportunidades. Favela tem família, favela não é parque de diversão da burguesia, favela é campo de concentração. A caneta mata mais do que o fuzil”.
Oruam estava preso desde 22 de julho, acusado de sete crimes: tráfico de drogas, associação ao tráfico, resistência, desacato, dano, ameaça e lesão corporal. A prisão preventiva foi revogada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) no final de setembro, liberando o rapper para se manifestar publicamente.
A manifestação de Oruam reacendeu o debate sobre a violência em operações policiais, a forma como a segurança pública é conduzida nas favelas do Rio e a interseção entre criminalidade, política e direitos humanos.