Dono de uma empresa familiar, onde trabalhava com a mulher e o filho, Presidente e proprietário de um clube de tiro frequentado por médicos, advogados e políticos da cidade, Colecionador, Atirador e Caçador (CAC) com certificado válido emitido pelo Exército. Esse era o perfil conhecido de Eduardo Bazzana, de 68 anos, tido como empresário respeitado em Americana, cidade de 237 mil habitantes no interior de São Paulo, até que uma operação policial, no dia 13 de maio, no Rio e em São Paulo, revelou sua outra faceta: a de fornecedor de armas e munições para a facção Comando Vermelho.
Bazzana foi preso na operação — conduzida pela Polícia Civil e pelo Ministério Público do Rio. Quatro endereços ligados ao empresário foram alvo de mandados de apreensão. Além da residência, buscas foram feitas em outro imóvel no condomínio onde mora, na loja e na sede do clube de tiro.
Além do Clube Americanense de Tiro, Bazzana é dono da PHVB Armas. Ambos são registrados junto ao Exército. O clube tem mais de 7 mil associados, que pagam uma taxa anual de R$ 750. O local já sediou campeonato sul-americano de tiro e é usado para treino de policiais.
Segundo as investigações, Bazzana forneceu armas e munições para um braço do CV em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, com atuação na logística do tráfico de drogas e armas também nas comunidades da Muzema, Cidade de Deus, Complexo do Alemão e Penha.
A investigação, conduzida pela 60ª DP (Campos Elísios), em parceria com o MP, levou à apreensão de 43 mil balas e 240 armas, sendo 16 fuzis e 20 pistolas numa mansão na Barra da Tijuca. Foram presos dez suspeitos de trabalhar no esquema para abastecer os paióis do CV.
O ponto de partida da polícia foi a prisão de três pessoas em flagrante no início de 2023, em uma favela de Duque de Caxias. Na ação, a polícia encontrou um caderno com números de telefone e pediu autorização judicial para monitorar trocas de mensagens e ligações dos usuários dos celulares. Em um ano e meio, os investigadores destrincharam um esquema milionário de compra de armamento e drogas da facção. O MP pediu, então, a prisão de 20 denunciados.
O sobrenome Bazzana aparece em uma planilha obtida com a quebra de sigilo telemático de um dos criminosos, ao lado de outros fornecedores de material bélico. De acordo com a polícia, ele recebeu R$ 1,6 milhão pela venda de carregadores e munições a um chefe do Comando Vermelho e pessoas ligadas a ele em um período de 40 dias. Entre os itens negociados, havia pentes de AR-15 e AR-10 e munições de AK-47 e 7.62.
A polícia descarta a possibilidade de o empresário ter sido enganado pela facção durante as vendas. “O mesmo, além de acolher depósitos em espécie, ainda realiza transferências para pessoas diretamente relacionadas ao tráfico de drogas”, diz trecho do relatório da investigação.
Os relatórios de inteligência financeira mostram que Bazzana enviou R$ 49 mil em três transações para a conta de um investigado que lava dinheiro do tráfico. Ele também recebeu R$ 94 mil de um foragido do Rio por homicídio. O MP do Rio o denunciou por associação para o tráfico e por comércio ilegal de armas de fogo.
A defesa de Bazzana diz que ele é inocente. O advogado Rogério Dini afirma que “a prisão preventiva é ilegal”.
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