Domingo, 24 de agosto de 2025

Bacellar: meu malvado favorito

Entre articulações e atritos, deputado se firma como peça-chave do interior na disputa estadual

21/08/2025 às 23h33 21/08/2025 às 23h33 Redação Ururau

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Rodrigo Bacellar, chamado de meu malvado favorito, vira pivô das costuras políticas que podem dar mais voz ao interior na corrida ao governo do Rio / Foto: Reprodução

Eduardo Paes disparou e, por ora, dita o ritmo da corrida ao Palácio Guanabara. Em julho, a Gerp já mostrava o prefeito carioca com 35,5% das intenções de voto — uma dianteira que coloca os demais em modo “recalcular rota”.

Nesse tabuleiro, o interior observou um fato curioso: ainda que distante do líder, Wladimir Garotinho aparece em segundo lugar com 5,5%, seguido de Washington Reis com 4,7% e Rodrigo Bacellar com 4,0%, segundo pesquisa da Prefab Future. É pouco em números absolutos, mas muito em termos políticos: existe demanda por uma voz fora do eixo da capital. Importa registrar que a própria metodologia do levantamento gerou debate, e o contingente de indecisos segue alto — mas o dado está posto.

É nesse contexto que a reacomodação de Rodrigo Bacellar ganha peso. Um eventual recuo seria lido no Norte Fluminense como a rendição final à lógica da Zona Sul, mas o deputado-presidente construiu sua trajetória justamente no oposto: brigando quando precisa, articulando quando interessa, cumprindo acordos quando é estratégico. Não por acaso, a alcunha de “meu malvado favorito” cabe bem aqui — não pelo afeto, mas pela função. Bacellar é o personagem que tanto cria atrito quanto costura saídas.

A isso se soma Washington Reis, exonerado em episódio de desgaste quando Bacellar ocupava interinamente a Casa Civil, mas ainda ator com base própria, especialmente na Baixada. Um arranjo que reúna Wladimir, Bacellar e Reis não é romance político — é pragmatismo puro. A máxima de Magalhães Pinto nunca pareceu tão atual: “política é como nuvem: você olha e ela está de um jeito; olha de novo e já mudou de forma”.

Se Paes continuar surfando no apoio do Planalto e de Lula, o interior e a Baixada precisam decidir se vão se conformar em ser plateia. Um bloco que una a capilaridade institucional de Bacellar, a visibilidade eleitoral de Wladimir e a musculatura local de Washington Reis pode não derrubar o favoritismo carioca de Paes, mas tem potencial para transformar presença em chances reais na disputa. 

Ironia do título: talvez o “malvado favorito” de ontem seja justamente a chave para que o interior — com aliados de peso — deixe de ser figurante e passe a disputar cena contra o roteiro já escrito da Zona Sul.

Fonte: Redação

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