A Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira (5) um projeto que anula as diretrizes do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda) sobre o atendimento de meninas vítimas de violência sexual que buscam acesso ao aborto legal. A medida, apresentada pela deputada Chris Tonietto (PL-RJ) e relatada por Luiz Gastão (PSD-CE), ainda precisa ser votada pelo Senado.
O projeto atinge diretamente a resolução 258/24 do Conanda, que garantia a realização do aborto em casos de estupro, risco de vida ou anencefalia fetal, sem obrigar a vítima a apresentar boletim de ocorrência ou autorização dos responsáveis legais. A norma havia sido pensada para proteger meninas violentadas dentro da própria família, onde muitas vezes o agressor é também o responsável legal.
Com a decisão da Câmara, essas crianças e adolescentes podem enfrentar barreiras adicionais para exercer um direito já previsto no Código Penal desde 1940. A proposta foi aprovada sob o argumento de que o Conanda teria extrapolado suas competências, mas, na prática, o efeito é endurecer o acesso ao aborto legal e reforçar a tutela dos responsáveis, mesmo em situações em que o agressor é o próprio pai, padrasto ou parente próximo.
Durante a votação, a maioria dos parlamentares governistas tentou barrar o projeto, enquanto a base conservadora celebrou a aprovação como uma vitória pela vida. Na outra ponta, entidades de direitos humanos, juristas e movimentos feministas classificaram a decisão como um retrocesso histórico no enfrentamento à violência sexual infantil.
O relator do texto criticou o fato de a resolução não definir um limite temporal para a interrupção da gestação e afirmou que isso abriria espaço para abortos em estágios avançados. Parlamentares progressistas responderam lembrando que o aborto em casos de estupro é um direito assegurado por lei e que impor exigências como boletim de ocorrência apenas revitimiza meninas já traumatizadas.
Especialistas alertam que a revogação da norma pode ter consequências graves. Na prática, o projeto coloca o peso da decisão sobre crianças que muitas vezes não têm voz nem amparo e transfere a definição de um direito de saúde pública para o campo ideológico e moral.
A proposta segue agora para análise do Senado, onde ainda pode ser revertida. Até lá, o debate sobre o aborto legal em casos de estupro volta ao centro da polarização política no país, com a vida e os direitos das vítimas novamente usados como palco de disputa.
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