Após 24 horas da megaoperação policial no Rio de Janeiro, considerada a mais letal da história do país e que deixou pelo menos 119 mortos, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se manifestou sobre a ação nesta quinta-feira (29). A demora na posição oficial gerou críticas de opositores e especialistas em segurança pública, que apontam a necessidade de respostas imediatas em situações de crise.
Em nota, Lula informou que se reuniu pela manhã com ministros do seu governo e determinou que o ministro da Justiça e o diretor-geral da Polícia Federal fossem ao Rio para encontros com o governador Cláudio Castro. O presidente reforçou a importância de um trabalho coordenado entre as forças policiais, destacando que o objetivo é atingir a espinha dorsal do crime organizado sem colocar em risco policiais, crianças e famílias inocentes.
“Não podemos aceitar que o crime organizado continue destruindo famílias, oprimindo moradores e espalhando drogas e violência pelas cidades”, afirmou Lula, lembrando ainda da operação realizada em agosto, que atingiu o coração financeiro de uma quadrilha envolvida com venda de drogas, adulteração de combustível e lavagem de dinheiro.
O presidente também defendeu a aprovação da PEC da Segurança, proposta encaminhada ao Congresso Nacional, que visa unificar as diferentes forças policiais do país em operações conjuntas contra facções criminosas.
Especialistas em segurança afirmam que a lentidão na manifestação de Lula reforça a percepção de falta de agilidade do governo federal frente a crises graves, especialmente em estados com histórico de violência urbana intensa como o Rio de Janeiro.
No cenário político, a demora pode gerar desgaste do presidente junto ao eleitorado fluminense, que acompanha de perto os desdobramentos da operação e a atuação das autoridades diante da escalada da violência.