O Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília, entrou em fase acelerada de reorganização interna para receber Jair Bolsonaro, condenado pelo Supremo Tribunal Federal a 27 anos e 3 meses por liderar a trama golpista. Embora o ministro Alexandre de Moraes ainda não tenha definido oficialmente onde o ex-presidente cumprirá a pena, a direção do presídio já colocou em prática um plano que inclui transferência de detentos e liberação de áreas consideradas estratégicas.
O ponto central da movimentação foi o esvaziamento de um cubículo especial que abrigava duas advogadas e quatro bombeiros militares. As advogadas foram realocadas para um presídio feminino, enquanto os bombeiros foram transferidos para outra ala da Papuda. O procedimento faz parte de uma reorganização pensada exclusivamente para preparar o espaço destinado a Bolsonaro, caso o STF determine que a pena seja cumprida no complexo.
Inicialmente, a direção da Papuda chegou a oferecer ao Supremo um escritório interno para abrigar o ex-presidente, numa tentativa de criar um ambiente mais controlado do ponto de vista logístico e de segurança. A Corte, porém, recusou a proposta e determinou que fosse preparada uma cela comum adaptada, reforçando que não haveria salas de trabalho ou estruturas diferenciadas.
A cela reservada está pronta e foi isolada de outras áreas sensíveis do presídio. A movimentação de internos e servidores demonstra que a administração da unidade trabalha com a expectativa concreta da chegada de Bolsonaro, mesmo antes da decisão final de Alexandre de Moraes.
A defesa do ex-presidente prepara um novo recurso ao STF buscando afastar a possibilidade de Bolsonaro ser levado para a Papuda. Argumentos de saúde, segurança física e risco de agravamento clínico devem ser reforçados. O debate interno na Corte envolve tanto questões jurídicas quanto logísticas, uma vez que a presença de um ex-chefe de Estado no sistema prisional pode gerar tensões adicionais.
Enquanto a definição não sai, os ajustes na Papuda continuam. A realocação de presos, a reorganização das celas especiais e a criação de um espaço isolado demonstram que o presídio está pronto para receber Bolsonaro a qualquer momento. Esse cenário amplia a pressão sobre o STF e alimenta a expectativa política em Brasília, onde aliados e opositores acompanham cada movimento com atenção.
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