Quarta-feira, 05 de novembro de 2025

Brasil precisará dobrar produtividade da cana para atender demanda recorde de etanol até 2

Demanda por etanol cresce para aviação, transporte marítimo e agrícola

05/11/2025 às 13h32 05/11/2025 às 15h46 Redação Ururau

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Estudo prevê que consumo de etanol pode mais que dobrar até 2040, exigindo inovação na cana sem desmatamento e expansão de frota elétrica / Foto: Kathryn Bowman

O consumo de etanol no Brasil pode mais do que dobrar até 2040, impulsionado por uma demanda crescente que vai além dos veículos leves, alcançando setores como aviação, transporte marítimo e máquinas agrícolas, aponta um estudo da LCA Consultores encomendado pelo Instituto MBCBrasil.

Atualmente, a produção brasileira de etanol gira em torno de 33,6 bilhões de litros. Segundo o relatório, esse número poderá chegar a 72,5 bilhões de litros no cenário base, ou a 81,3 bilhões de litros no cenário alternativo, que considera maior utilização do biocombustível na navegação, substituindo o metanol.

A pesquisa destaca que, para atender essa demanda, será fundamental dobrar a produtividade da cana-de-açúcar sem avançar sobre áreas de desmatamento. Além disso, a produção a partir do milho poderá complementar o fornecimento, contribuindo com até 25 bilhões de litros no cenário mais otimista.

A expansão do etanol está diretamente ligada à transição energética dos transportes, especialmente em setores onde a eletrificação ainda é inviável, como navios e aeronaves. No transporte rodoviário, a tecnologia flex continuará predominante, mas veículos híbridos e elétricos devem ganhar espaço rapidamente.

Para abastecer essa nova frota, o estudo estima que serão necessárias cerca de 807 mil novas estações de recarga até 2040, com investimentos de aproximadamente R$ 24,9 bilhões. A eletrificação do transporte de passageiros e cargas será essencial para reduzir as emissões de carbono e consolidar o Brasil como referência em combustíveis sustentáveis.

A agenda faz parte de um compromisso do governo federal que será apresentado na COP30, em Belém (PA), visando quadruplicar a produção e o consumo de combustíveis sustentáveis até 2035, incluindo também derivados de hidrogênio.

“Estamos diante de uma nova fronteira para os biocombustíveis brasileiros, que agora não se limitam ao transporte rodoviário. É hora de investir em inovação, tecnologia e sustentabilidade para consolidar o etanol como protagonista do setor energético global”, afirmou o estudo.

Fonte: Redação

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