O consumo global per capita de pescado dobrou desde a década de 60. Em 1961 eram Kg e em 2018 20,5 Kg. A média anual fica em cerca de 1,5%. O consumo global cresceu 3,1% ao ano no período, quase o dobro do que o crescimento da população e foi mais alta do que todas as outras proteínas de origem animal (bovina, suína, aves, leite, ovos). O estudo é da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO).
Em 2018, a produção global de pescados atingiu 179 milhões de toneladas, com faturamento de US$ 401 bilhões. A aquacultura foi responsável por 82 milhões de toneladas e US$ 250 bilhões. Do total produzido (pesca e aquicultura) 156 milhões de toneladas foram para consumo humano. Os outros 22 milhões de toneladas foram usados, principalmente, para produção de farinha de peixe e óleo de peixe. A aquacultura produziu 46% do total e foi responsável por 52% do consumo humano.
A China continua sendo o maior produtor com 35% do total. Exceto a China, a Ásia contribuiu com 34%, as Américas com 14%, a União Europeia com 10%, a África com 7% e a Oceania com 1%.
Brasil ampliou produção
Nas últimas décadas o país evoluiu na produção e na qualidade dos pescados e vem buscando a popularização do consumo com campanhas que ressaltam a importância para o setor e para a saúde.
Segundo o Anuário 2020 da Peixe BR (Associação Brasileira da Piscicultura) em 2019 foram produzidas 722.560 toneladas, com receita em média R$ 5,6 bilhões. O Brasil é o quarto maior produtor de tilápia, espécie que representa 55,4% da produção do país. Os peixes nativos, liderados pelo tambaqui, participam com 39,8% e outras espécies com 4,6%. Um mercado que gera em torno de 1 milhão de empregos diretos e indiretos.
Já a carcinicultura brasileira (criação de camarões) enfrentou grandes desafios como doenças, ação antidumping pelos pescadores de camarão dos Estados Unidos e efeitos do câmbio. Segundo a Associação Brasileira de Criadores de Camarão, no ano passado foram produzidas 90 mil toneladas.
Os impactos da pandemia
Assim como outros setores do agronegócio, a piscicultura e a carcinicultura foram duramente afetados pelo fechamento geral da rede de bares e restaurantes, principal canal de vendas de pescados. Para fomentar o consumo, os produtores se reinventaram e começaram a atender pedidos menores para mercados mais próximos da produção. Mas a comercialização já está no caminho de volta com o relaxamento da quarentena em muitos estados.
João Manoel Cordeiro Alves, gerente de produtos para Aquacultura da Guabi, acredita que este setor produtivo terá um papel importante na retomada. “Os pescados cultivados são mais sustentáveis e baratos, rastreáveis e tão nutritivos quantos os de extrativismo. São alimentados com vegetais. E, hoje, mais do que nunca a segurança alimentar é uma pauta relevante. O consumidor está mais preocupado com a procedência do alimento, seu modo de fabricação e os prejuízos que podem causar tanto para sua saúde como para o meio ambiente”, conclui.
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