Quinta-feira, 18 de abril de 2024

Embrapa visita propriedade que poderá abrigar pecuária de Baixo Carbono

Os pesquisadores Cláudia Pozzi Jantalia e Jerri Zilli (Embrapa Agrobiologia) e Fabiano Balieiro (Embrapa Solo) colheram amostras do solo

24/09/2021 às 08h01 Redação

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Os pesquisadores Cláudia Pozzi Jantalia e Jerri Zilli (Embrapa Agrobiologia) e Fabiano Balieiro (Embrapa Solo) colheram amostras do solo / Foto: Divulgação

Pesquisadores da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e o secretário municipal de Agricultura, Pecuária e Pesca, Almy Junior, visitaram, na manhã desta quinta-feira (23/09), a Fazenda Velha Inácia, propriedade rural na Estrada da Pataca, Baixada Campista, onde poderá abrigar o primeiro polo de produção de Carne Baixo Carbono de Campos. Os pesquisadores Cláudia Pozzi Jantalia e Jerri Zilli (Embrapa Agrobiologia) e Fabiano Balieiro (Embrapa Solo) colheram amostras do solo, estudaram a vegetação e verificaram documentos com análises realizadas na propriedade para, posteriormente, apresentar um projeto específico, com sistema de integração lavoura-pecuária-floresta (LPF) ou lavoura-pecuária (LP), para neutralizar os gases de efeito estufa emitidos pelo processo produtivo da bovinocultura de corte. 

A visita também contou com a participação do zootecnista do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar-RJ), Sérgio Peralva, que apontou a viabilidade do desenvolvimento do projeto da Embrapa no local. Duas áreas da Velha Inácia, que foi dividida entre herdeiros, foram vistoriadas: a Fazenda Ladice e a Fazenda Coqueiral, ambas de propriedade de Rodrigo Ribeiro Gomes. Ele explicou que a propriedade produzia, originariamente, cana-de-açúcar, chegando a ser a maior fornecedora da antiga Usina Paraíso. A cana acabou dando lugar ao capim e a vistoria inicial indicou a Ladice para pastagem e manejo animal, enquanto a Coqueiral teria características mais apropriadas à lavoura.  

“O Senar nos indicou, por conta de melhorias que viemos realizando, e o projeto me interessou por ser uma área pequena para a amostragem. A área para o experimento é de 15 hectares e aqui, são mais de 30. Temos hoje 80 animais e podemos ter bem mais. É um desafio, mas é muito importante essa possibilidade de melhorias para mais eficácia e ganhos financeiros. Essa foi a primeira visita da equipe do Embrapa e é muito importante, mas preciso conversar mais, entender melhor, estudar mais para saber como funciona, o que é preciso fazer, o investimento exigido. Foi uma primeira conversa, mas achei muito interessante, uma grande oportunidade”, destacou Rodrigo Ribeiro Gomes.

A pesquisadora da Embrapa detalhou o procedimento realizado com a primeira visita. “Esse produtor foi indicado pelo Senar, justamente porque tem investido na melhoria da pastagem, conseguindo sair de uma situação de não ter como suportar o animal com os melhoramentos que fez. A visita foi para ver os dados que representam as condições da pastagem, conversar com o pecuarista e indicar as melhorias e outras tecnologias necessárias, verificando o que ele já tentou, para não testarmos de novo, e buscar outras alternativas. Isso porque, em outras regiões, verificamos que os desafios eram os mesmos: clima, solo com baixa fertilidade, disponibilidade de água errática. Mas é possível melhorar as condições com fertilizantes, correção de solo, um capim adaptável à região e até possibilidades que não estamos pensando neste momento, como inoculantes para o pasto, outra planta para conviver e trazer fixadores de nitrogênio, que são as leguminosas. Não é uma tecnologia simples, mas quando o pecuarista tem essa disposição, como estamos acompanhando aqui, vamos experimentar. A Embrapa vai conversar com ele, determinar uma área experimental e, observando solo, o clima, a tradição, buscar trazer algo que tenha aderência e seja adotado para mudar e melhorar a atividade”, destacou Cláudia. 

O secretário de Agricultura de Campos acrescentou que a Embrapa, após estudo, apresentará os modelos que julgam melhor para a unidade, sempre com foco no baixo carbono, na pecuária de corte sustentável que agrega qualidade à carne, tornando a atividade mais rentável, ao mesmo tempo que melhora as condições ambientais e garante o bem-estar animal. 

“O animal, para ter boa capacidade de engordar ou produzir leite, precisa de manejo e pasto que passam por essas melhorias, se não o solo não se mantém. Na Coqueiral não há como sustentar uma unidade animal por hectare, enquanto lá (a Ladice) sustenta dois e meio. Com essas amostras, com base em análise de solo e de planta, vamos conseguir passar um pouco desse cenário e ver o que podemos sugerir para esse manejo de engorda. Mas as ideias não são definitivas, precisam ser testadas, e temos de somar viabilidade econômica e viabilidade técnica para o desempenho produtivo desejado, porque nesse caminho passa pela questão do carbono. Você tem um animal que fica muito tempo numa área e não engorda; já é uma perda de eficiência e ele emite metano por mais tempo, influenciando no efeito estufa, porque vai demorar mais para o abate. Já a carne que sai de um animal, que por genética, pasto de qualidade ou outra melhoria, teve uma engorda mais rápida e foi mais cedo para o abate, a carne que sai desse sistema otimizado vale à pena financeira e ambientalmente”, concluiu a pesquisadora.

Pecuária sustentável – Através de emenda parlamentar do deputado federal Christino Áureo, Campos será o segundo polo do Brasil de produção de Carne Baixo Carbono, sob a supervisão da Embrapa. A pecuária de corte sustentável, por meio de manejo adequado de pastagens e boas práticas agropecuárias, além de agregar mais valor à atividade, beneficia o meio ambiente ao reduzir a emissão de gases do efeito estufa e assegura condições de criação com foco no bem-estar animal. O primeiro polo foi implantado em Mato Grosso do Sul, na Fazenda santa Cecília.
 

Fonte: Prefeitura de Campos

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