O lançamento do Plano Safra 2025/2026 no Estado do Rio de Janeiro, realizado no Centro de Convenções da UENF em Campos dos Goytacazes no dia 25 de julho de 2025, destacou o papel da ciência e da tecnologia no fortalecimento da agricultura e no enfrentamento dos desafios da segurança alimentar. O evento reuniu representantes de diversas forças do setor rural, incluindo pequenos agricultores, movimentos sociais, universidades e entidades, com o objetivo de unir esforços para o desenvolvimento sustentável e a promoção da justiça social. O Plano Safra, que marca o maior volume de recursos já disponibilizado pelo governo federal para o setor agrícola, foi defendido como uma política fundamental para garantir a produção de alimentos e combater a fome no país.
— Do melhoramento genético à tecnologia da irrigação sustentável, da previsão climática à recuperação de solos, manejo de pragas e doenças com menor impacto ambiental, a ciência brasileira tem dado respostas e continuará a dar, com o apoio do poder público e com parcerias que priorizam o bem comum — disse a reitora da UENF, professora Rosana Rodrigues, para uma plateia formada, em sua maioria, por pequenos agricultores, entre eles, integrantes do acampamento Leonel Brizola, de Campos dos Goytacazes.
Reitora destaca momento histórico
A reitora da UENF definiu o lançamento do Plano Safra como um momento histórico, não apenas porque o governo federal está disponibilizando o maior volume de recursos da história, mas também porque o local escolhido para a cerimônia foi uma universidade pública que vem se dedicando desde a sua criação a formar pessoas e gerar conhecimentos, principalmente nas ciências agrárias.
Segundo afirmou, o Plano Safra representa muito mais do que linhas de crédito e políticas de apoio aos produtores rurais, mas simboliza o compromisso do governo federal com a segurança alimentar, o desenvolvimento sustentável e a justiça social.
— Ao ser lançado aqui nessa Universidade ele reafirma algo essencial: que o Brasil que queremos se constrói com ciência, educação, democracia e inclusão. O combate à fome não se faz apenas com solidariedade. Exige políticas públicas firmes, investimento na produção de alimentos e apoio aos que trabalham todos os dias para que o alimento chegue à mesa de cada brasileira e cada brasileiro — disse Rosana.
A reitora lembrou que, em 2014, o Brasil saiu do mapa da fome da ONU, mas retornou em 2019, quando cerca de 33 milhões de brasileiros voltaram a enfrentar a insegurança alimentar. No entanto, a situação melhorou nos anos de 2022 e 2023, quando cerca de 24 milhões de pessoas saíram do mapa da fome. A projeção é que o Brasil deverá sair totalmente do mapa da fome até julho de 2026.
— Investir na agricultura familiar é sobretudo um ato de justiça social. Apoiar esses produtores é enfrentar de maneira concreta a fome, a desigualdade e o êxodo rural. São os pequenos produtores que abastecem nossas feiras, escolas e mercados locais. São eles que mantêm vivas as tradições, práticas sustentáveis e modos de vida que resistem à lógica da concentração e da exclusão. Fortalecer a agricultura familiar é fortalecer a base da segurança alimentar no Brasil — disse a reitora da UENF.
União por um só Estado
Em defesa do encontro das representatividades pela unificação das diversas forças do Estado do Rio de Janeiro, o superintendente Federal do Desenvolvimento Agrário do Rio de Janeiro do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Victor Tinoco, reforçou a importância do evento.
— Essa é a ideia do Plano Safra também. Fazer um encontro entre os diferentes: agricultoras e agricultores familiares, quilombolas, pescadores, caiçaras, movimentos sociais, universidades e entidades. Para que a gente faça uma união, um encaixe, que é o nosso próximo passo, o avanço do cooperativismo de forma solidária aqui no nosso estado. Então buscamos montar todos os âmbitos e fizemos um evento que representasse, cada vez mais, o estado do Rio de Janeiro — defendeu, enfatizando a construção ‘de um só estado’.
Neste contexto, Victor ainda explicou:
— Esse lançamento do Plano Safra é, cada vez mais, um compromisso nosso, do Governo Federal, em articulação com os movimentos sociais, com os entes públicos, tanto estaduais e municipais, e cooperativas para que possamos ter desenvolvimento — pontuou.
Reforçando fatos históricos da cidade de Campos, a secretária-executiva da Federação dos Trabalhadores Rurais, Agricultores e Agricultoras Familiares do Estado do Rio de Janeiro, Adriana Lima, reafirmou a importância deste espaço.
— O sindicato de Campos foi o primeiro Sindicato de Trabalhadores Rurais no nosso país. Foi daqui de Campos dos Goytacazes que saiu a nossa CONTAG, que é a Confederação dos nossos trabalhadores [Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares]. Então é muito bom estarmos aqui neste espaço de luta, onde podemos reivindicar mais uma vez os nossos direitos — disse.
Mais investimentos
O secretário de Estado de Desenvolvimento Regional do Interior, Pesca e Agricultura Familiar, Jair Bittencourt, ressaltou a importância do retorno de uma Secretaria Estadual que cuida, especificamente, da agricultura familiar e pequenos produtores familiares e a importância das parcerias, inclusive, com o Governo Federal, neste contexto. Segundo o secretário uma secretaria forte se traduz em investimentos para maquinário, mais recursos para cuidar das estradas vicinais, entre outras melhorias que possam ajudar o homem do campo.
— Estamos trabalhando muito para ajudar na comercialização e aumentar a compra da merenda escolar através das cooperativas dos pequenos produtores rurais. Uma das maiores dificuldades que o pequeno produtor familiar tem é comercializar porque ele produz em quantidade pequena e o produto não é homogêneo. É de altíssima qualidade, mas não tem condição de fornecimento se não for através de uma cooperativa. Tudo isso a gente tem conhecimento e tem vontade de ajudar a resolver. Vamos fazer a secretaria de Educação do estado comprar muito produto da agricultura familiar — afirmou o secretário, sinalizando a UENF como importante formadora de mão de obra e lembrando que deverá haver novo concurso da Emater para ampliar o quadro da Extensão.
Conquistas e prestação de contas
O secretário municipal de Agricultura, Almy Junior, professor e ex-reitor da UENF, enfatizou a alegria de ver o Plano Safra estadual ser lançado na Universidade, em Campos dos Goytacazes, principalmente pela dificuldade de financiamento de crédito agrícola que tem ocorrido nos últimos anos. Segundo afirmou, não se faz agricultura sem financiamento.
— É impossível para o agricultor descapitalizado investir na atividade agrícola. Agora é um momento muito rico para nós. Tem muita coisa acontecendo, coisa boa. A Agricultura é sempre algo suprapartidário, como é a educação e a ciência, e sem política de estado, as coisas não caminham — disse Almy, destacando, ainda, como avanço, a aprovação, por parte do Congresso Brasileiro, da lei que reconhece a região Norte e Noroeste Fluminense com instabilidade de clima, considerando-o como Semiárido.
O diretor-presidente da Emater-Rio, Marcelo Monteiro da Costa, também presente à mesa, destacou o retorno da proximidade da instituição junto aos assentamentos. Ele fez uma prestação de contas e ressaltou a importância de parcerias com a UENF, o Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, instituições financeiras, entre diversas outras. Marcelo também destacou alguns dos cursos oferecidos pela Emater durante a semana do Produtor Rural, como “Legalização de Agroindústria”, “Produção de doces e geleias”, “Uso da soja na alimentação”, “Hábitos saudáveis no cotidiano familiar para uma longevidade com autonomia” e “Cultivo de pitaia”, foram alguns dos cursos realizados e citados por Marcelo.
Também fizeram parte da mesa o coordenador-geral de Financiamento à Produção Rural no Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Robson Lopes; a secretária-executiva da Federação dos Trabalhadores Rurais, Agricultores e Agricultoras Familiares do Estado do Rio de Janeiro, Adriana Lima; o representante da União Nacional das Cooperativas de Agricultura Familiar e Economia Solidária (Unicafes), Maicon Souza; e o representante do Movimento dos Pequenos Agricultores, José Teixeira.
O evento marcou o encerramento da 18ª Semana do Produtor Rural da UENF, aberta na segunda-feira, 21/07/25.
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