Sábado, 20 de abril de 2024

A ameaça do infarto em adultos jovens

09/12/2019 às 10h56

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20% dos infartos nos EUA já ocorrem em gente com menos de 40 ? e a taxa se eleva 2% a cada ano.

No início de setembro, Danilo Feliciano de Morais se sentiu mal durante uma partida de futebol com os amigos. O filho do ex-jogador Cafu, capitão do pentacampeonato do Brasil na Copa do Mundo de 2002, não resistiu. Morreu de infarto aos 30 anos, uma tragédia que provocou comoção e também chamou a atenção para um problema cada vez mais comum: os ataques do coração em adultos jovens.

Embora eles ainda figurem no imaginário como algo que afeta só gente de meia-idade ou com os cabelos brancos, avançam com força na moçada. Um estudo apresentado no último encontro do Colégio Americano de Cardiologia revela que, apesar de o número de infartos ter se estabilizado entre os americanos mais velhos, a incidência vem se ampliando 2% ao ano entre cidadãos com 40 anos ou menos.

A situação é parecida entre os brasileiros. Segundo o Ministério da Saúde, de 2013 pra cá os episódios de infarto entre adultos com até 30 anos subiram 13%. “Isso reflete o aumento de hábitos não saudáveis que colocam em risco a vida de pessoas nessa faixa etária”, avalia o médico Roberto Kalil Filho, diretor do Centro de Cardiologia do Hospital Sírio-Libanês, na capital paulista. “Estresse, obesidade, diabetes, tabagismo, hipertensão e colesterol fora de controle, além do histórico familiar, são fatores cada vez mais prevalentes e apontados como os grandes responsáveis pelo aumento das estatísticas”, enumera ele, que também comanda o Instituto do Coração (InCor), em São Paulo.

Os genes e algumas peculiaridades biológicas ainda entram em jogo. Como no caso de Danilo, que praticava esporte quando sofreu o ataque, muitas vezes o comprometimento cardiovascular só se revela na hora do próprio infarto. “Uma parte significativa dos episódios em jovens acontece a partir de entupimentos que até momentos antes não eram significativos, as chamadas placas rasas, que geram um coágulo capaz de obstruir uma artéria do coração”, explica José Knopfholz, professor de cardiologia da Pontifícia Universidade Católica do Paraná. “Nessas ocasiões, às vezes o primeiro sintoma é o próprio infarto”, lamenta.

Para evitar um desastre desses, ficar atento a antecedentes familiares (avós, pais ou irmãos que infartaram mais cedo), ter acompanhamento médico e buscar um estilo de vida equilibrado compõem um roteiro básico. Tem que se alimentar direito, fazer exercícios, não fumar nenhum tipo de cigarro… “O tabagismo leva a um risco até cinco vezes maior de ter um infarto”, ressalta o cardiologista Leopoldo Piegas, do Hospital do Coração, em São Paulo.

Fatores de risco para o infarto antes dos 40 anos
•    Sedentarismo, dieta desregulada e obesidade (em alta no Brasil) semeiam o terreno para entupimentos nos vasos do coração.
•    A hipertensão não costuma dar sinais e causa danos nas artérias coronárias e cerebrais, abrindo caminho a ataque cardíaco e AVC.
•    Cerca de 15% dos casos de infarto estão ligados a crises de estresse, capazes de levar a picos de pressão e ao colapso do músculo cardíaco.
•    A herança genética pode favorecer colesterol nas alturas e outros elementos que contribuem para a ocorrência de infartos precoces.

Como surge um infarto

Você já deve ter ouvido por aí que o infarto em jovens é mais grave, não? Um papo de que, com a idade, o coração se prepararia melhor para futuros sustos… Isso se deve à história de que os mais velhos teriam mais circulação colateral, vasos sanguíneos que se desenvolvem ao redor do músculo cardíaco para supri-lo — se uma artéria importante ficasse entupida, o problema seria compensado pelo aporte de sangue fornecido pelos outros caninhos.

Pois bem: uma revisão de estudos feita por cientistas suíços atesta que a circulação colateral pode, sim, ser decisiva para o desfecho de um infarto, mas a idade não teria influência sobre esse fenômeno. “A circulação colateral pode evitar uma morte súbita em decorrência do ataque cardíaco, fazendo com que a pessoa tenha uma chance de ir ao hospital em caso de emergência”, explica Knopfholz.

Fonte: Saúde Abril

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