Sabe aquela esticada na rede na casa de um amigo? Para o gordo, ele pensa oito vezes antes de sentar na tal rede. É um martírio, uma saga, uma odisseia: será que devo sentar na rede? Ele analisa todas as probabilidades, faz cálculos sobre o peso, gravidade, ar, vento. Tudo isso para uma simples relaxada na rede. E quando finalmente a coragem vence o medo, ele se senta e ouve coisas como “essas pilastras não vão aguentar o teu peso”/ “essa rede vai cair já, já com tanto peso”/ “não fica balançando não senão essa rede arrebenta”. Mas é tudo brincadeira do pessoal!
Piscinas e praias são obstáculos naturais para o gordo. A sensação de estar sendo observado por todos é incrivelmente amedrontadora. Olhares, comentários, risadinhas e dedos apontando são comuns neste ambiente de calvário – e não há exagero chamar isso de calvário. Andar sem camisa na praia é, literalmente, para os fortes de sunga – porque o gordo precisa estar de bermuda de tactel levantando para o cofrinho não aparecer. A gorda mergulhando é a baleia orca e na areia está encalhada. “olha lá as tetas do gordo entrando no mar”/ “gente, que mulher gorda é essa? Nem pra colocar um maiô”/ “o gordo vai pular na água e vai tirar a água todinha da piscina” Mas é tudo brincadeira do pessoal!
Não menos rigorosos e exigentes são os olhares nos restaurantes. No self-service, o gordo tem a obrigação de colocar salada no prato, um pouco de milho, um punhado de ervilha, não exagerar na gordura e calcular mentalmente o peso do prato. Caso o gordo resolva ousar e comer o que tem vontade, certamente ouvirá: “Você vai explodir comendo assim”/ “você deixou comida para os outros?”/ “você vai gastar seu salário todinho nesse prato de comida”. Mas é tudo brincadeira do pessoal!
Não entrarei no mérito das paqueras e namoricos de escola (que na verdade nunca existiram) porque o gordo é invisível e, nas listas dos mais bonitos, por óbvio ele jamais esteve/estará. Mas é tudo brincadeira do pessoal!
Hoje me peguei lembrando de uma frase usual minha após a minha redução de estômago: “eu prefiro morrer do que voltar a ser gordo”.
Sempre disse essa frase cheio de verdade e propriedade, mas somente hoje eu consigo enxergar o motivo de ter isso em mente. Eu acreditava que não gostaria de voltar a ser gordo porque eu estava feliz magro. Ledo engano! Eu não queria/quero voltar a ser gordo para não ter que lidar com todos os preconceitos e pré-julgamentos que eu enfrentei no período em que o meu corpo era fora dos padrões sociais, embora hoje eu consiga enxergar que o problema nunca foi eu.
Preconceitos e pré-julgamentos que tanto enfrentei e que acabaram se enraizando em mim ao ponto de falar para minha esposa de que se ela engordasse, eu a largaria – mesmo sendo dito em tom de brincadeira, hoje percebo a crueldade nisso.
Sempre disse que eu era um “gordo com cabeça de magro”. Nada disso. Eu era um gordo reprimido, embora tentasse disfarçar tudo isso fazendo “coisas de magro”. E uma vez dito isso, fica nítido que não existe “coisa de magro” e “coisa de gordo”. Existe o preconceito, a falta de respeito, de solidariedade, existe a falta de empatia. Seja melhor, cresça, evolua e pense o suficiente antes de falar sobre outra pessoa.
ass: gordo baleia, saco de areia – o saco furou, o gordo fez cocô.
Autor e ex-gordo: Paulo Roberto Rangel
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