Com o foco de levar informação, atendimento especializado e exames de forma contínua, não apenas no Outubro Rosa, o Campos Sempre Rosa, projeto desenvolvido pelo Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente (PAISMCA), vinculado à Secretaria Municipal de Saúde (SMS), completa um ano de atuação em agosto.

Entre janeiro e julho de 2025, o Núcleo de Mastologia realizou 3.048 atendimentos, agendou 409 mamografias, solicitou 409 ultrassonografias, fez 34 biópsias e encaminhou 80 mulheres para tratamento em Unidades de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (Unacons).

O Núcleo de Mastologia, que funciona no Centro de Referência e Tratamento da Mulher (CRTM), centraliza atendimentos especializados, oferecendo consultas, exames e procedimentos voltados para a detecção precoce do câncer de mama. Para a coordenadora do Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente (PAISMCA), Rayssa Gonçalves Machado, o primeiro ano foi de consolidação.“A implementação superou nossas expectativas. Treinamos profissionais da atenção básica para identificar e encaminhar pacientes de forma rápida ao Campos Sempre Rosa. A rede passou a conhecer e referenciar o programa, garantindo atendimento especializado e humanizado para mulheres que realmente precisavam. As agendas estão cheias e conseguimos dar atenção qualificada, respeitando a particularidade de cada paciente”, avaliou Rayssa.

O acesso ao programa é feito a partir da rede básica de saúde. A médica Maria Nagime Barros Costa Yunes, responsável pelo Núcleo de Mastologia, detalha que o acesso ao programa é simples, mas estruturado. Toda paciente que apresenta sintomas, alterações em exames ou necessidade de acompanhamento pode ser encaminhada pelas Unidades Básicas de Saúde (UBS) ou ambulatórios de ginecologia do município.“Capacitamos equipes de enfermagem, médicos e administrativos para reconhecer sinais de alerta e encaminhar rapidamente as pacientes. No núcleo, realizamos triagem, consulta especializada e, se necessário, a biópsia no próprio dia.

Esse formato reduz significativamente o tempo entre a primeira suspeita e o início do tratamento, o que é determinante para o sucesso terapêutico”, explicou.Segundo a mastologista, o impacto vai além dos números. A agilidade no atendimento, combinada ao diagnóstico precoce, aumenta as chances de cura e permite intervenções menos agressivas.“Um câncer de mama descoberto em estágio inicial tem taxas de cura muito mais altas.

Além disso, podemos optar por cirurgias conservadoras, preservar a mama e, em muitos casos, evitar a quimioterapia. Isso significa não só salvar vidas, mas também preservar qualidade de vida”, ressaltou.Maria Nagime lembra que, apesar da importância do Outubro Rosa para mobilizar a população, o cuidado não pode ficar restrito a esse período.“Em outubro, há um aumento significativo na procura por exames, mas o ideal é que as mulheres mantenham acompanhamento regular durante todo o ano.

A prevenção precisa ser contínua. Mulheres sem histórico familiar de câncer de mama devem seguir a rotina indicada de mamografia e consultas, e aquelas com fatores de risco precisam redobrar a atenção”, destacou.Para quem ainda não realizou seus exames, a médica reforça a urgência de procurar atendimento.“Basta procurar a Estratégia Saúde da Família, o enfermeiro ou médico da unidade mais próxima. Manter os exames em dia garante mais tranquilidade e, se houver alguma alteração, possibilita detectar o problema na fase mais precoce possível, quando as chances de cura são maiores e o tratamento é menos agressivo”, concluiu.