Sexta-feira, 10 de outubro de 2025

'Fui da obesidade à desnutrição após a cirurgia bariátrica. Passei de 115 para 32 quilos'

09/10/2025 às 19h59 09/10/2025 às 20h00 Redação

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A fotógrafa Uli Suellen precisou reverter a cirurgia bariátrica para conseguir voltar a se alimentar e a beber água. Hoje, ela se intitula como criadora de conteúdo plus size / Foto: Arquivo Pessoal

A fotógrafa Uli Suellen, de 34 anos, pesava 115 quilos quando recebeu indicação para realizar a cirurgia bariátrica. No entanto, ela ficou entre a vida e a morte após o procedimento chegando a 32 quilos e à desnutrição profunda. Suellen ficou sem andar e perdeu os cabelos e até mesmo a memória. Ela precisou reverter a cirurgia bariátrica e, hoje, se tornou uma criadora de conteúdo plus size.

Suellen conta que a busca pelo médico não foi pelo sobrepeso, mas porque queria tratar uma gastrite. “Eu fiz os exames que ele me pediu e, então, começou a insistir que eu precisava de uma bariátrica. Me assustei, mas acreditei por ele ser médico. Ele me indicou um cirurgião da confiança dele”, relata. Ao procurar pelo segundo especialista, a fotógrafa ouviu que, se não fizesse a bariátrica, morreria.

“É importante que o médico oriente o paciente de forma clara que a cirurgia bariátrica é um tratamento comprovado para uma doença crônica e não uma medida estética. O paciente deve entender como a cirurgia age no corpo, quais mudanças fisiológicas e comportamentais serão necessárias, os riscos e benefícios, e a importância do acompanhamento contínuo com equipe multiprofissional. Cabe ao médico reforçar que o objetivo é melhorar a saúde e o controle da doença a longo prazo, não apenas perder peso rapidamente”, explica Ricardo Cohen, head do centro especializado em obesidade e diabetes do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.

As complicações após a cirurgia

Além dos exames para checar se estava tudo bem, Suellen entrou em dieta líquida uma semana antes da cirurgia bariátrica. No dia do procedimento em si, tudo parecia dentro da normalidade. “Quando voltei para casa, não conseguia tomar água e nem me alimentar. Nada passava pela garganta. Liguei para o médico e ele disse que era normal, pois era o período de adaptação”, lembra.

Só que os dias foram passando e a brasiliense continuava sem conseguir ingerir o mínimo de líquido. O médico orientou Suellen a procurar uma nutricionista. Quando a especialista a viu, falou para ela procurar pelo pronto-socorro urgentemente, onde foi internada às pressas na Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

A fotógrafa estava com desidratação severa e potássio baixo. Suellen ficou internada na UTI por um mês e foi para o quarto. Mesmo sem conseguir se alimentar, teve alta.

Uma semana depois, a fotógrafa voltou para o hospital e novamente foi à UTI, já que seguia sem se alimentar e até mesmo sem beber água. Os médicos tentaram fazer uma dilatação no estômago de Suellen, para ver se o alimento voltava a passar e os vômitos cessavam, mas de nada adiantou. A fotógrafa passou ainda por uma cirurgia de desdobramento do intestino.

“Comecei a perder o movimento das pernas e dos braços e parte da visão. Minha voz já falhava e passei a ter muitas hemorragias. Também tive ausência de menstruação”, lembra. Simultaneamente, começaram os efeitos neurológicos. Suellen passou a ter perda de memória.

O processo inflamatório do organismo, com a ausência de vitaminas primordiais para o seu funcionamento, fez com que o cabelo da fotógrafa caísse e também os seus dentes começaram a estragar.

O que a fez melhorar

Foi apenas na terceira internação na UTI, pesando 32 quilos, que decidiram reverter a cirurgia bariátrica. “Eu estava morrendo”, reflete.

Suellen ficou mais um tempo no hospital para reaprender a comer. Foram sete dias de dieta líquida, mais sete de pastosa e, então, iniciou a alimentação com pedaços. “Fiquei tanto tempo sem me alimentar que não conseguia mastigar”, conta.

O acompanhamento da fotógrafa foi multidisciplinar, incluindo psicóloga e psiquiatra devido ao trauma vivido com o desdobramento do procedimento cirúrgico. “A reversão da cirurgia bariátrica me salvou de uma quase morte”, reflete Suellen, que hoje se intitula como criadora de conteúdo plus size.

Fonte: revistamarieclaire

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