Nem toda infecção por dengue resulta em febre, dor ou internação. Um novo estudo internacional ajuda a explicar por quê.
Pesquisadores identificaram que pessoas infectadas pelo vírus da dengue que não apresentam sintomas ativam mecanismos imunológicos diferentes (e potencialmente mais eficientes) do que aquelas que adoecem.
O trabalho, liderado por cientistas da Mahidol University, na Tailândia, em parceria com a Universidade de Cambridge, no Reino Unido, analisou células do sistema imunológico de indivíduos com infecção assintomática, dengue clássica e dengue hemorrágica. O estudo foi publicado na revista científica "Science Translational Medicine".
A dengue infecta cerca de 390 milhões de pessoas por ano no mundo, principalmente em países tropicais. Entender por que apenas uma parcela desenvolve sintomas graves é um dos grandes desafios da pesquisa sobre a doença.
Imunidade celular mais eficiente
Ao analisar células do sangue por meio de transcriptômica de célula única, os pesquisadores observaram que indivíduos assintomáticos apresentam maior ativação de linfócitos T CD8, responsáveis por eliminar células infectadas, além de perfis específicos de células natural killer (NK), que atuam na resposta antiviral precoce.
Segundo os autores, essas pessoas também mostram sinais de processamento mais eficiente de antígenos virais, um passo fundamental para que o sistema imunológico reconheça e combata o vírus rapidamente.
“Esses achados sugerem que respostas celulares robustas podem estar associadas à proteção natural contra os sintomas da dengue”, apontam os pesquisadores nas conclusões do estudo.
Resposta baseada em anticorpos nos casos graves
Já entre os pacientes com dengue sintomática, especialmente nos quadros mais graves, os cientistas identificaram padrões ligados à entrada do vírus mediada por anticorpos e à expansão de plasmablastos produtores de imunoglobulinas, associada à ação da citocina IL-10, conhecida por modular respostas inflamatórias.
Esse tipo de resposta pode favorecer inflamação excessiva e está alinhado a hipóteses já discutidas na literatura sobre os mecanismos que levam à dengue grave.
Acompanhamento ao longo do tempo
Além da análise pontual, o estudo acompanhou pacientes sintomáticos por até dois meses, permitindo observar como a resposta imunológica evolui desde a fase aguda até a recuperação. Os dados mostram mudanças dinâmicas na ativação de células imunes, reforçando que o desfecho clínico da dengue não depende de um único fator.
Metodologia: pontos fortes e limitações
Os pesquisadores realizaram análises de célula única em células mononucleares do sangue periférico (PBMCs), combinando dados genéticos, imunológicos e clínicos. Entre os pontos fortes estão o alto nível de detalhamento celular e o acompanhamento longitudinal de parte dos pacientes.
Como ressalva, os autores destacam a dificuldade de recrutar indivíduos assintomáticos e o caráter observacional do estudo, que não permite afirmar causalidade. Ainda assim, o trabalho oferece um mapa detalhado das respostas imunes associadas à proteção e à gravidade da dengue.
O que isso muda na prática?
Os resultados podem ajudar a orientar o desenvolvimento de vacinas e estratégias terapêuticas que estimulem respostas imunológicas semelhantes às observadas em pessoas naturalmente protegidas contra os sintomas da dengue.
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