A partir deste sábado (31), quem precisar dos serviços de pediatria, emergência ginecológica e atendimento para casos suspeitos de dengue deve seguir o novo fluxo de atendimento organizado pela Prefeitura de Campos.

Mudanças no atendimento pediátrico

O pronto-socorro pediátrico do Hospital Plantadores de Cana (HPC) será encerrado nesta sexta-feira (30).Crianças de até 11 anos, 11 meses e 29 dias deverão ser levadas para a Clínica da Criança, Hospital São José (HSJ) ou, em casos de maior gravidade, para o Hospital Ferreira Machado (HFM), que passa a ser a principal referência para urgências pediátricas de alta complexidade.
Segundo a Prefeitura, o HFM agora conta com sete leitos específicos para pronto-socorro pediátrico, um espaço lúdico de acolhimento, UTIs e uma clínica com 33 leitos voltados exclusivamente para crianças.

As UPHs de Farol de São Tomé, Travessão e Ururaí, além da UPA, seguem funcionando como unidades de apoio para casos menos graves. Já o HGG manterá a internação pediátrica apenas para quadros clínicos.

"A gente fica sem saber o que fazer. Minha neném tem 12 dias e a situação tá difícil, né? Tô indo hoje no pediatra pela primeira vez depois que ela nasceu. O pré-natal, então, já nem fiz. Suspenderam tudo, já no finalzinho, e ninguém mais quis me atender. Aí você fica nessa, sem saber pra onde correr. Agora, se for pra levar ela em Guarus, vai ficar ainda mais longe... E a gente aqui, nesse sufoco", relatou a moradora do Parque Saraiva e mãe da Maitê, Camiles Cristina, de 17 anos.

Atendimento para casos de dengue será descentralizado

O atendimento a pacientes com suspeita ou confirmação de dengue passará a ser feito em unidades de saúde distribuídas pelo município. O ambulatório do Centro de Referência da Dengue (CRD) foi desativado, e o fluxo agora será absorvido por Unidades Pré-Hospitalares (UPHs), Unidade de Pronto Atendimento (UPA) e hospitais da rede municipal.

A medida segue a mudança iniciada durante a epidemia de 2024, quando Campos registrou quase 27 mil casos. Apesar do alto número de notificações, a taxa de letalidade foi considerada baixa, segundo a Secretaria Municipal de Saúde.

Casos mais graves continuarão a ser encaminhados para hospitais com suporte clínico, como o Ferreira Machado, Hospital Geral de Guarus (HGG) e Hospital Plantadores de Cana (HPC), por meio de gestão compartilhada de leitos.

Emergência ginecológica concentrada no HGG

O atendimento de emergência ginecológica que também era realizado no HPC, será descontinuado. O HGG agora conta com equipe especializada e cirurgiões plantonistas. De acordo com a Prefeitura, o hospital está preparado para acolher casos como sangramento uterino anormal, torções ovarianas e abscessos.

Após triagem, as pacientes são avaliadas por um médico e encaminhadas para o tratamento adequado, que pode incluir cirurgia. Casos obstétricos, como trabalho de parto prematuro e gravidez ectópica, continuam sendo atendidos no Hospital Plantadores de Cana, conforme a contratualização com o Sistema Único de Saúde (SUS).