Sexta-feira, 26 de abril de 2024

Indicador de inadimplência do consumidor avança pelo 11º mês seguido

13/09/2018 às 12h10 Redação

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No último mês de agosto aumentou em 3,63% a quantidade de novos inadimplentes na comparação com o mesmo período do ano passado.  / Foto: Arquivo/Ururau

O volume de consumidores com contas em atraso voltou a subir em todo o país. No último mês de agosto aumentou em 3,63% a quantidade de novos inadimplentes na comparação com o mesmo período do ano passado. 

Os dados são apurados pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito a partir das bases às quais as duas instituições têm acesso. 

Trata-se do 11º crescimento consecutivo na comparação anual da série histórica, apesar de a alta ser mais modesta do que nos meses de junho (4,07%) e julho (4,31%). Em número absoluto, estima-se que aproximadamente 62,9 milhões de brasileiros estejam com restrições ao CPF, enfrentando dificuldades para controlar empréstimos, obter financiamentos ou realizar compras parcelas, o que representa 41% da população brasileira adulta.

Se na comparação anual houve um aumento de brasileiros com contas atrasadas, na comparação mensal a inadimplência apresentou ligeira queda. Na passagem de julho para agosto, sem ajuste sazonal, diminuiu em -0,71% a quantidade de pessoas inadimplentes. É a segunda queda mensal seguida observada pelo SPC Brasil.

Na avaliação do presidente da CNDL, José Cesar da Costa, apesar de o pequeno recuo nos últimos 30 dias, a inadimplência segue elevada, refletindo as dificuldades econômicas do país. 

“A recuperação econômica mais lenta do que o esperado cria dificuldades para a gestão do orçamento das famílias, frustrando planos e a volta do consumo. A reversão desse quadro passa por uma aceleração da atividade econômica, em especial, do emprego e renda, que são os fatores que mais pesam para a confiança do consumidor”, explica o presidente.
 
 Inadimplência cresce 10,52% no Sudeste; com 49% da população adulta com pendências financeiras, Norte é a região com maior proporção de inadimplentes

A análise do indicador por região mostra que a inadimplência avançou de forma generalizada. Apenas no Sudeste o aumento foi de 10,52% na quantidade de devedores. Em segundo lugar ficou a região Norte, com alta de 3,76%, seguida do Nordeste (3,22%), Sul (2,67%) e Centro-Oeste (1,87%).

De acordo com a estimativa, proporcionalmente, a região que concentra o maior número de inadimplentes é o Norte: 49% da sua população adulta está com o CPF restrito, o que representa 5,9 milhões de consumidores negativados. A segunda região mais inadimplente é o Nordeste, que tem 43% dos adultos com contas em atraso ou 17,4 milhões de consumidores com restrições ao crédito.

No Centro-Oeste são 5 milhões de inadimplentes (42% da população adulta local), no Sudeste há um total de 26,1 milhões de negativados (39% dos residentes acima de 18 anos) e no Sul, aproximadamente 8,5 milhões de pessoas com pendências financeiras (37% da população adulta).
 
Inadimplência cresce mais entre idosos e cai entre população jovem

O indicador ainda revela que é entre a população mais velha que se observa o aumento mais acentuado da inadimplência. Na comparação entre agosto de 2018 com agosto de 2017, aumentou em 9,56% a quantidade de inadimplentes com idade de 65 a 84 anos. Considerando apenas os brasileiros de 50 a 64 anos, a alta foi de 6,26%, enquanto na população de 40 a 49 anos, houve um aumento de 4,77% no número de negativados. Entre os consumidores de 30 a 39 anos, a alta da inadimplência foi de 1,69% em agosto.

A inadimplência apresentou queda somente entre os mais jovens. Considerando a população de 18 a 24 anos, houve um recuo considerável de -23,20%, ao passo que entre os brasileiros de 25 a 29 anos, a queda foi de -5,63%.

Em números absolutos, a maior parte dos inadimplentes está compreendida na faixa dos 30 aos 39 anos: são 17,9 milhões de pessoas nesse momento da vida que não conseguem honrar seus compromissos financeiros. Considerando a população de 40 a 49 anos, são 14,1 milhões de inadimplentes e outros 13 milhões que possuem de 50 a 64 anos. Na população idosa, que vai dos 65 aos 84 anos, são 5,4 milhões que estão com o CPF restrito. Na população mais jovem, os números também são expressivos: 7,8 milhões de inadimplentes com idade de 25 a 29 anos e 4,5 milhões com contas atrasadas que têm de 18 a 24 anos.
 
Volume de dívidas tem alta de 1,11% em agosto; dívidas bancárias crescem 7,03%, enquanto crediário tem queda

Outro número calculado pela CNDL e pelo SPC Brasil é o volume de dívidas que estão no nome de pessoas físicas. Nesse caso, houve um crescimento de 1,11% em agosto deste ano na comparação com o ano passado. Na base mensal de comparação, isto é, agosto frente julho, foi observado uma leve queda de -0,66% no volume de dívidas em atraso.

Os dados das pendências por setor credor revelam que as dívidas bancárias, que englobam cartão de crédito, cheque especial e empréstimos, por exemplo, é a que apresentou a alta mais expressiva em agosto: 7,03% na comparação com o mesmo mês de 2017. O segundo setor mais impactado pela inadimplência foi o de serviços básicos, como água e luz, cujo crescimento foi de 3,42%. Os atrasos no crediário do comércio caíram -6,01%, enquanto as pendências com TV por assinatura, internet e telefonia se mantiveram estáveis, com pequeno avanço de 0,01% no período.

Em termos de participação, mais da metade (52%) de todos os compromissos financeiros não quitados pelo brasileiro foi contraída em bancos ou financeiras, seguidas do comércio (18%), setor de comunicação (14%) e emprestas prestadoras de serviços básicos (8%).


 

Fonte: Ascom

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