Sexta-feira, 26 de abril de 2024

No limite da realidade, Botafogo precisa de 2020 perfeito para cumprir metas esportivas

19/02/2020 às 11h35

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Honda é apresentado como novo reforço do Botafogo por Ricardo Rotenberg, Nelson Mufarrej e Marco Agostini.

Primeiro veio o japonês Keisuke Honda. A torcida se mobilizou nas redes sociais – e também fora delas –, a diretoria do Botafogo conseguiu termos financeiros que considerava aceitáveis, e o negócio foi fechado. Depois vem o marfinense Yaya Touré. A pedida salarial é mais alta, mas dirigentes alvinegros estão levando a negociação adiante, mais uma vez comovidos com o engajamento dos torcedores.

As contratações de jogadores de renome internacional colocam o Botafogo, como poucas vezes, em uma agenda positiva. Em vez de falar sobre salários atrasados, dívidas e penhoras, o noticiário se ocupa das chegadas de atletas que até ontem estavam nas principais ligas do futebol europeu. O que não diminui a dúvida na cabeça do torcedor e do mercado: dá mesmo para gastar esse dinheiro com tais reforços?

A base para responder a pergunta está no orçamento alvinegro para a temporada. O documento foi produzido pela diretoria com as projeções financeiras sobre 2019 e 2020, chegou ao Conselho Fiscal alvinegro para análise no fim de janeiro e precisará ser aprovado pelo Deliberativo. Um processo que deveria ter sido encerrado no fim do ano passado, entre setembro e dezembro, mas que ainda está em andamento.

Eis os principais números

Na tabela abaixo, organizada pelo blog a partir dos números que constam no orçamento botafoguense, a temporada de 2019 corresponde ao que foi realizado entre janeiro e setembro, mais uma projeção da própria diretoria alvinegra para os três últimos meses do ano. A temporada de 2020 contém apenas previsões.

Deduções são impostos aplicados sobre as receitas, amortizações são um item contábil com pouca importância para a análise. Você não precisa se preocupar com eles.

 A história do clube para a temporada que acaba de começar está nas seguintes variações:

O Botafogo precisará elevar as receitas em R$ 74 milhões em relação ao que arrecadou no ano anterior, um aumento considerável

O Botafogo precisará reduzir os custos em R$ 21 milhões, sendo que a maior parte está na folha salarial do futebol profissional

Juros sobre dívidas continuarão a pesar sobre o orçamento alvinegro, com mais de R$ 40 milhões desperdiçados entre bancos e credores

Como o Botafogo conseguirá reduzir seus custos com folha salarial e contratar Honda e Yaya Touré ao mesmo tempo? Por mais que a diretoria coloque pagamentos variáveis nos contratos dos jogadores, e ainda dispense outros, a folha mensal, segundo o orçamento, já está na casa dos R$ 5 milhões por mês. Haverá como aguentar um acréscimo?

Mais problemas na previsão

Ao mesmo tempo em que precisará gastar menos, o Botafogo necessariamente terá de arrecadar mais. Inclusive com linhas que não costumam gerar dinheiro relevante para o clube carioca, como transferências de jogadores. Só nesta fonte a diretoria precisará conseguir R$ 62 milhões para bater o que ela mesma orçou.

Bilheterias, sócio-torcedor e estádio – incluído em "outros" na tabela – representam a esperança dos dirigentes para fechar a conta. Honda e Yaya Touré podem ter um efeito positivo.

 A dúvida é se a presença desses atletas será suficiente para elevar médias de público, aumentar os preços dos ingressos, enfim, fazer a associação obter mais renda.

Como o orçamento não detalhou o realizado/projetado para 2019, não é possível dimensionar quanto dinheiro a mais será necessário em cada uma das linhas. O blog apurou, no entanto, que praticamente todas as fontes receberam reajustes relevantes em suas expectativas.

Em relação aos direitos de transmissão, precisamos lembrar que o futebol brasileiro ficou variável. Com a valorização das "premiações" da Copa do Brasil e com a mudança na fórmula do Campeonato Brasileiro, todo clube entra na temporada com a necessidade de cumprir determinadas metas esportivas para conseguir receitas.

No Botafogo, as colocações e fases estimadas são:

6º lugar no Campeonato Brasileiro

Oitavas de final na Copa do Brasil

2º lugar no Campeonato Carioca

Para cada frustração esportiva em relação ao que está previsto no orçamento, abre-se um buraco de alguns milhões na arrecadação. Caso aconteça, o clube ficará dividido entre a necessidade de cortar ainda mais custos – se é que isso será possível, com contratos assinados e elenco fechado para o ano – e a iminência dos atrasos salariais.

 

Fonte: Globo esporte

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