Como alcançou valor médio próximo de R$3,02/kg, o frango vivo comercializado no interior paulista registrou, em novembro, valorização de quase 12% sobre o mesmo mês do ano passado e queda próxima de 5,5% em comparação ao mês anterior.
Tudo isso, porém, teoricamente. Porque, na maior parte do período, as transações efetivadas foram concretizadas com descontos que, inicialmente, situaram-se em torno dos vinte centavos, valor ampliado à medida que novembro avançava, a demanda encolhia e a oferta se ampliava. Em, praticamente, três quartos do mês os negócios foram fechados com até cinqüenta centavos de desconto. Inclusive porque atrasos na retirada dos lotes redundaram em grande aumento de peso e oferta de aves fora do padrão habitual.
Impossível afirmar, com certeza, qual foi o preço médio efetivamente alcançado em novembro. Mas, tomando-se a média entre valores máximos e mínimos, chega-se a algo em torno dos R$2,83/kg, o que significa dizer que (1º) a variação negativa em relação ao mês anterior foi superior a 11%; (2º) o “ganho” em relação a novembro de 2017 não chegou a 5% e, assim, o valor médio do mês apenas acompanhou a inflação acumulada nos últimos 12 meses; (3º) o preço médio de novembro, habitualmente o segundo melhor de cada exercício (só fica aquém do valor alcançado em dezembro), retrocedeu ao menor nível dos últimos seis meses.
Parte desse retrocesso teve por causa, como de hábito, o procedimento estratégico adotado pelas integrações com a finalidade de preservar os preços do frango abatido: controlar a oferta do produto, para isso colocando no mercado de aves vivas parte da produção própria.
Desta vez, porém, o processo teve um agravante: problemas operacionais diversos ocorridos em alguns frigoríficos impediram o pleno abate de tudo o que estava programado. E a saída foi despejar no mercado grandes volumes de aves vivas.
Independente desse fato, os onze primeiros meses de 2018 foram fechados com um valor médio – R$2,77/kg – perto de 8% superior ao alcançado no mesmo período do ano passado. E esse índice, tudo indica deve persistir com variação mínima até o final do ano, pois continuam sendo fracas as possibilidades de reversão radical das condições atuais.
Assim, a tendência é a de fechar-se 2018 com um valor médio próximo, mas ainda inferior a R$2,80/kg. Ou seja: embora na maior parte do ano as condições de produção tenham sido as mesmas de dois anos atrás, o setor encerra o exercício com uma remuneração nominal inferior à de 2016.
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